O Globo: "Aumenta o número de animais resgatados em ruas e avenidas"



RIO - Ameaçadas de extinção, araras-vermelhas raramente são vistas nas florestas brasileiras. Mas, por incrível que pareça, uma deu o ar da graça na Avenida Rio Branco, em pleno Centro. Uma cena tão inusitada como a de uma cobra passeando ao lado do Botafogo Praia Shopping ou a de um bicho-preguiça “dando pinta” na Rua Rainha Guilhermina, no Leblon. Com temperatura na casa dos 40 graus, o que estimula a reprodução e deslocamentos, e áreas verdes cada vez mais invadidas por construções, a bicharada parece ter tomado gosto pelas ruas do Rio.
Estatísticas do Corpo de Bombeiros comprovam essa mudança de hábito da nossa fauna. No ano passado, foram capturados em áreas urbanas do estado 17.018 animais, 20,8% a mais que em 2017 (que teve 14.080 resgates) e 38,63% superior aos 12.275 registros de 2016.

Recentemente, o noticiário e as redes sociais mostraram “desfiles” de jacaré em um condomínio na Barra, de capivara pelo Aterro do Flamengo e de um tamanduá-mirim em Guaratiba. Somente nas duas primeiras semanas do mês, a patrulha ambiental da prefeitura recolheu 90 animais silvestres — o que dá, em média, seis por dia. E, enquanto os animais se adaptam a ambientes urbanos, biólogos e ambientalistas alertam que a população precisa recebê-la com mais carinho.

— Muitos bichos chegam aqui machucados — reclama a bióloga Taciana Sherlock, do Centro de Tratamento de Animais Silvestres do Ibama, em Seropédica, que recebe cerca de 6 mil animais por ano.


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